Post by XNAM on Feb 13, 2007 19:56:13 GMT -3
"Não me olhe dessa maneira! Sou ajuda que pediu, não sou?"
A bela dama ainda me olhava assustada. Também, tem o seu motivo. Afinal, eu sou um monstro. Ainda que seja apenas por fora.
Lembro-me ainda, de um minuto atrás, nessa quase-manhã. Andava sozinha por sua própria cidade, ao lado de sua própria casa. E "caçadores" a espreitavam. Caçadores, pois apenas queriam forçá-la ao corpo indevidamente. E isso, para mim, seria horrível.
Eu sou um animal. Sou solitário, um monstro, tanto nas maneiras de ser quanto naquilo que sou. Sou parte urso. Meus braços chegam até o chão, meus joelhos são dobrados, e sou muito pesado, altura maior que uma casa. Estou assim pois a lua permite. Mas não é culpa minha. Tento me explicar.
"Sou o anjo que suplica, que tirou sua agonia. Por que ainda quer fugir de mim? Mesmo se tentasse, não adiantaria. Te prenderia em frente sua casa até você me ouvir, nem que leve duas luas!"
"Você.... Você não existe! Como Deus permite alguém como você aqui, nesse mundo? Você não me ajudou, não consegue me ajudar!"
Sorte minha estar amanhecendo. Tentarei mostrá-la o que realmente quero dizer. O que sou.
Ela me condena, por ter matado seus algozes. Sim. Matei três homens, com duas patadas, de unhas afiadas. O sol aparece, mas apenas um de seus fios. Falta poucos minutos.
"Eu sou alguém que pode curar suas dores, se você me permitir"
"Vá embora, seu monstro! Você não passa de um monstro que deve ir à fogueira, não me toque, nem pense no que você está pensando!"
A bela dama mostra sua fúria. Acho que fúria é contagiante. A lua estava em fúria, os "caçadores" estavam em fúria. Eu estou em fúria.
"Não me assuste mais! Você não me salvou! Monstros não salvam! SOCORRO!"
O raio de sol bate em meu pé. Totalmente iluminado, mostro minha real forma. Meu rosto ainda mostra um homem rigoroso, mas não monstro, mas nem humano. Sou um Mensageiro feio. Minhas asas alongam, como braços que eu não usei nos últimos dias. Meus pêlos, meus membros, recuam, e eu apenas fico maior que o tamanho de um humano. Com formato humano. E asas. Um anjo.
A dama se assusta, depois se apaixona, por fim, chora.
"Rejeitou-me. Não pelos meus atos, e sim, apenas por minha aparência. Minhas asas não bastarão para te alcançar mais, pois você prefere o monstro na fogueira que o anjo a seu lado. Agora ficará com sua vida medíocre. Acontecerá outras vezes o que sentiu. Brigou com seu pai, tentou fugir de casa, foi abordada por quem queria sua carne, e o único que te ofereceu ajuda, rejeitou. Sei sobre sua vida, sim. Sei o que seu pai fez a você por tentar fugir. Mas agora não terá aquilo que deseja, simplesmente por não aceitar o óbvio. Não passa de uma imagem de seu pai. Quem é o monstro agora?"
Ela chorou e implorou. Sou piedoso, mas meu coração ela quase despedaçou. Se ela quer minha ajuda, vai ter que, primeiro, me achar. Alço vôo, pois sim, escolhi a forma que tenho. Ambas.
Sou um anjo. Mas sou, antes disso, um Monstro. Apenas por parecer um.
Conto escrito pelo meu amigo Gabriel Diniz.
A bela dama ainda me olhava assustada. Também, tem o seu motivo. Afinal, eu sou um monstro. Ainda que seja apenas por fora.
Lembro-me ainda, de um minuto atrás, nessa quase-manhã. Andava sozinha por sua própria cidade, ao lado de sua própria casa. E "caçadores" a espreitavam. Caçadores, pois apenas queriam forçá-la ao corpo indevidamente. E isso, para mim, seria horrível.
Eu sou um animal. Sou solitário, um monstro, tanto nas maneiras de ser quanto naquilo que sou. Sou parte urso. Meus braços chegam até o chão, meus joelhos são dobrados, e sou muito pesado, altura maior que uma casa. Estou assim pois a lua permite. Mas não é culpa minha. Tento me explicar.
"Sou o anjo que suplica, que tirou sua agonia. Por que ainda quer fugir de mim? Mesmo se tentasse, não adiantaria. Te prenderia em frente sua casa até você me ouvir, nem que leve duas luas!"
"Você.... Você não existe! Como Deus permite alguém como você aqui, nesse mundo? Você não me ajudou, não consegue me ajudar!"
Sorte minha estar amanhecendo. Tentarei mostrá-la o que realmente quero dizer. O que sou.
Ela me condena, por ter matado seus algozes. Sim. Matei três homens, com duas patadas, de unhas afiadas. O sol aparece, mas apenas um de seus fios. Falta poucos minutos.
"Eu sou alguém que pode curar suas dores, se você me permitir"
"Vá embora, seu monstro! Você não passa de um monstro que deve ir à fogueira, não me toque, nem pense no que você está pensando!"
A bela dama mostra sua fúria. Acho que fúria é contagiante. A lua estava em fúria, os "caçadores" estavam em fúria. Eu estou em fúria.
"Não me assuste mais! Você não me salvou! Monstros não salvam! SOCORRO!"
O raio de sol bate em meu pé. Totalmente iluminado, mostro minha real forma. Meu rosto ainda mostra um homem rigoroso, mas não monstro, mas nem humano. Sou um Mensageiro feio. Minhas asas alongam, como braços que eu não usei nos últimos dias. Meus pêlos, meus membros, recuam, e eu apenas fico maior que o tamanho de um humano. Com formato humano. E asas. Um anjo.
A dama se assusta, depois se apaixona, por fim, chora.
"Rejeitou-me. Não pelos meus atos, e sim, apenas por minha aparência. Minhas asas não bastarão para te alcançar mais, pois você prefere o monstro na fogueira que o anjo a seu lado. Agora ficará com sua vida medíocre. Acontecerá outras vezes o que sentiu. Brigou com seu pai, tentou fugir de casa, foi abordada por quem queria sua carne, e o único que te ofereceu ajuda, rejeitou. Sei sobre sua vida, sim. Sei o que seu pai fez a você por tentar fugir. Mas agora não terá aquilo que deseja, simplesmente por não aceitar o óbvio. Não passa de uma imagem de seu pai. Quem é o monstro agora?"
Ela chorou e implorou. Sou piedoso, mas meu coração ela quase despedaçou. Se ela quer minha ajuda, vai ter que, primeiro, me achar. Alço vôo, pois sim, escolhi a forma que tenho. Ambas.
Sou um anjo. Mas sou, antes disso, um Monstro. Apenas por parecer um.
Conto escrito pelo meu amigo Gabriel Diniz.